quarta-feira, 20 de novembro de 2013

20 de novembro - Dia da Consciência Negra





Quando tudo aconteceu...

1600: Negros fugidos ao trabalho escravo nos engenhos de açúcar de Pernambuco, fundam na serra da Barriga o quilombo de Palmares; a população não pára de aumentar, chegarão a ser 30 mil; para os escravos, Palmares é a Terra da Promissão. - 1630: Os holandeses invadem o Nordeste brasileiro. - 1644: Tal como antes falharam os portugueses, os holandeses falham a tentativa de aniquilar o quilombo de Palmares. - 1654: Os portugueses expulsam os holandeses do Nordeste brasileiro. - 1655: Nasce Zumbi, num dos mocambos de Palmares - 1662 (?): Criança ainda, Zumbi é aprisionado por soldados e dado ao padre António Melo; será baptizado com o nome de Francisco, irá ajudar à missa e estudar português e latim. - 1670: Zumbi foge, regressa a Palmares. - 1675: Na luta contra os soldados portugueses comandados pelo Sargento-mor Manuel Lopes, Zumbi revela-se grande guerreiro e organizador militar. - 1678: A Pedro de Almeida, Governador da capitania de Pernambuco, mais interessa a submissão do que a destruição de Palmares; ao chefe Ganga Zumba propõe a paz e a alforria para todos os quilombolas; Ganga Zumba aceita; Zumbi é contra, não admite que uns negros sejam libertos e outros continuem escravos. - 1680: Zumbi impera em Palmares e comanda a resistência contra as tropas portuguesas. - 1694: Apoiados pela artilharia, Domingos Jorge Velho e Vieira de Mello comandam o ataque final contra a Cerca do Macaco, principal mocambo de Palmares; embora ferido, Zumbi consegue fugir. - 1695, 20 de Novembro: Denunciado por um antigo companheiro, Zumbi é localizado, preso e degolado.

Fonte: http://www.planalto.gov.br/


Saudação a Palmares

        Castro Alves


Nos altos cerros erguido
Ninho d'águias atrevido,
Salve! — País do bandido!
Salve! — Pátria do jaguar!
Verde serra onde os palmares
— Como indianos cocares —
No azul dos colúmbios ares
Desfraldam-se em mole arfar! ...


Salve! Região dos valentes
Onde os ecos estridentes
Mandam aos plainos trementes
Os gritos do caçador!
E ao longe os latidos soam...
E as trompas da caça atroam...
E os corvos negros revoam
Sobre o campo abrasador! ...


Palmares! a ti meu grito!
A ti, barca de granito,
Que no soçobro infinito
Abriste a vela ao trovão.
E provocaste a rajada,
Solta a flâmula agitada
Aos uivos da marujada
Nas ondas da escravidão!


De bravos soberbo estádio,
Das liberdades paládio,
Pegaste o punho do gládio,
E olhaste rindo pra o val:
"Descei de cada horizonte...
Senhores! Eis-me de fronte!"
E riste... O riso de um monte!
E a ironia... de um chacal!...


Cantem Eunucos devassos
Dos reis os marmóreos paços;
E beijem os férreos laços,
Que não ousam sacudir ...
Eu canto a beleza tua,
Caçadora seminua!...
Em cuja perna flutua
Ruiva a pele de um tapir.


Crioula! o teu seio escuro
Nunca deste ao beijo impuro!
Luzidio, firme, duro,
Guardaste pra um nobre amor.
Negra Diana selvagem,
Que escutas sob a ramagem
As vozes — que traz a aragem
Do teu rijo caçador! ...


Salve, Amazona guerreira!
Que nas rochas da clareira,
— Aos urros da cachoeira —
Sabes bater e lutar...
Salve! — nos cerros erguido —
Ninho, onde em sono atrevido,
Dorme o condor... e o bandido!











...
A liberdade... e o jaguar!
 

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

3ª Edição do "Jornal Mural Pio XII em ação"

Caros leitores,

No dia 20 de setembro aconteceu a 3ª Edição do Jornal Mural Pio XII em ação. Diversos gêneros jornalísticos foram desenvolvidos em sala de aula, entre eles, carta ao leitor produção dos alunos do 6º ano Herbert Frota, enquete envolvendo temas atuais, classificados e notas jornalísticas pelos alunos dos 7º anos. Além de outros gêneros, já que o trabalho envolve todos os alunos do 1º turno, que atende do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do 1º ao 3º ano do Ensino Médio. A mídia internet é a preferida do público jovem. 
O convidado especial dessa nossa 3ª edição foi Edson Ribeiro, designer gráfico, natural  de Januária e fundador do site "Agita Uai". A palestra sobre a internet foi muito interessante e conhecer um pouquinho do profissional em designer gráfico foi motivador. Edson Designer esclareceu muitos pontos importantes dessa mídia e alertou aos usuários da internet sobre os cuidados e riscos que a internet exige e oferece. Como mensagem fica a ideia de que a internet é uma excelente fonte de conhecimento e informação, mas que é preciso saber usá-la com ética e segurança.


Agita Uai
História
Site criado em busca de  divulgar os melhores eventos de Minas Gerais, o   agitauai.com.br  chega no mundo virtual,  trazendo novidades para você que gosta de entretenimento, diversão e muita agitação na sua cidade.

Criação
O nome agita veio  da origem de agitação e uai para complementar ( uma característica da linguagem empregada pelo mineiro),  e ai foi formado agitauai, transformando se em um portal de Minas.
O slogan foi escolhido pelos usuários onde ficou com o nome de “ O site que agita você”.

Nossa Missão : Facilitar o acesso para o usuário de forma clara e inserir meios de entretenimento.
Valores : Foco no cliente e no mercado : Capacidade e disposição para entender e atender os usuários .
Gestão : Decisões tomadas a partir de uma equipe profissional para um excelente trabalho de resultado.
Orientação para resultados : Simplicidade, disciplina , e persistência na busca da lucratividade.
Pessoas : Motivadas , de bom humor , íntegras  e buscando conhecimento.

Confira as fotos do evento


Layout do Jornal Mura Pio XII em ação

Produção do 6º HF - Carta do leitor

Enquete realizada pelos alunos do 7º CDA

Classificados 7º PF

Notas jornalísticas -  7º PC

Alunos do 1º turno

Edson Ribeiro do site"Agita Uai"


Choveu perguntas - Alexandre, aluno do 6º ano HF

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Carta do leitor

Querida professora, Florência.

Eu gosto muito do seu projeto "Jornal Mural" Pio XII em Ação - Coletânea de Texto pois estou aprendendo sobre vários gêneros textuais, inclusive as entrevistas ao vivo com convidados especiais.

Com esse projeto, o aluno tem a oportunidade de publicar o seu trabalho e se informar cada vez mais com as suas orientações.

Gostaria de sugerir que uma vez por mês fosse feita a leitura de um livro e o resumo do mesmo fosse publicado no projeto.

Acho que ficaria interessante.

Parabéns !
Abraços.



Theo Santana Nunes - 6°HF

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Textos de jornal

Classificados

Os Classificados configuram-se num  gênero publicado em jornais cuja função sócio comunicativa pode ser entendida como vender, alugar ou trocar produtos e serviços diversos. Além disso, esse gênero, como todo texto publicado em jornais, tem a função ética de informar os leitores da maneira mais objetiva possível, a respeito de um assunto ou acontecimento específico.( Manual de Redação e Estilo do Estado de S. Paulo)

Como os Classificados podem desenvolver temas diversos, pode-se dizer que esse gênero está relacionado a quatro espécies, caracterizadas pelo conteúdo que veiculam. Assim, temos classificados de imóveis, classificados de veículos, classificados  de empregos e classificados de serviços diversos. Isso varia de suporte para suporte.

Veja alguns exemplos:






Nota Jornalística

O Gênero Nota Jornalística "é uma notícia que se caracteriza pela brevidade do texto, ou pequena notícia que se destina a informação rápida". (Andrade e Medeiros)


A estrutura da nota jornalística pode ser definida da seguinte forma:

a) nota noticiosa: relata uma notícia de modo sintético;

b) nota comentário: apresenta um ponto de vista do escritor / jornalista sobre determinado fato ou aspecto da realidade, oscilando entre a análise e a opinião;

c) nota comentário relatado: relata o ponto de vista de algum opinante (pessoa ou instituição) sobre determinado fato ou aspecto da realidade.

Veja um exemplo:

Redação do ENEM

Ministério da Educação divulgou, nesta quinta-feira (5), um guia para a redação do Enem - marcado para o fim de outubro. Além de mostrar exemplos de bons textos, o manual esclarece dúvidas frequentes.

Baixe o guia para a redação do Enem 2013



Enquete


Conjunto de testemunhos ou pesquisas ordenadas por uma autoridade ou organizadas por um jornal, uma empresa comercial etc., com o fim de elucidar uma questão de interesse geral.
Veja um exemplo:
Enquete sobre música e culturas juvenis.

Como você avalia os ritmos musicais (funk, hip hop, sertanejo universitário, rock, entre outros) que são apreciados pelos jovens?
  • São uma boa amostra da diversidade cultural de nossas juventudes.
  •  Acredito que são ondas passageiras, que não acrescentam à vida e à cultura das pessoas.
  •  Os ritmos não são ruins, nem bons. O que importa é avaliar as mensagens que algumas músicas transmitem.
  • Não tenho opinião formada sobre o assunto. 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Concurso Cultural Minha Biblioteca


Olha aí, pessoal! A oportunidade de ter uma biblioteca em sua casa. O "Educar para crescer" é um site educativo e traz essa oportunidade. Um monte de livros para você, para dois amigos e para uma biblioteca a sua escolha! 
Quer saber o que fazer para concorrer? Acesse o link abaixo.

                                                       http://abr.io/Biblioteca-concurso


Foto: Um monte de livros para você, para dois amigos e para uma biblioteca a sua escolha! <3

Quer saber o que fazer para concorrer a esses prêmios incríveis? Acesse e mande para seus amigos (afinal, eles podem indicar você ;): http://abr.io/Biblioteca-concurso


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Trocando Ideias

Blog sobre História


Atenção, queridos (as)! O blog da professora Tânia Vieira ( minha querida mãe) traz postagens variadas sobre  História do Brasil e História geral. Nele vocês poderão estudar, tirar dúvidas, participar, aprender ... Para isso, acessem o link :

Graduada em História pelo Centro Universitário de Brasília – UniCeub, e especialista em História e Cultura da África e dos Afro-Brasileiros pela Universidade de Brasília – UnB.
Gosta de participar de eventos, seminários e cursos que abordem a África e os afrodescendentes espalhados pelo mundo, especialmente no Brasil. Considera que foram eles os responsáveis pela construção do Brasil e influentes elementos na formação da nossa identidade nacional.

O objetivo do blog "Trocando Ideias" é utilizar a internet como um instrumento facilitador da aprendizagem, além de buscar uma interação mais constante com os alunos, pais, escola e professores.
Acredita que por meio dos recursos que a hipermídia atualmente oferece, será mais fácil estimular a criatividade por meio dos recursos infográficos e, principalmente, contar com uma estrutura de conteúdos e relacionamentos administráveis e claramente visíveis.
O Blog está aberto para sugestões e colaborações.

Professora Tânia Vieira

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Verbo


 
O verbo se constitui de distintas particularidades, bem como de uma importância fundamental nas situações comunicativas cotidianas.
  • Conceituando
Verbo é a palavra que, por si só, indica um fato (em geral ação, estado, ou fenômeno da natureza) e situa-se no tempo.
  • Modos verbais:
  • Indicativo: expressa certeza.
  • Subjuntivo: expressa hipótese, desejo, dúvida.
  • Imperativo: expressa ordem, conselho, pedido.
  • Tempos verbais:
  • Presente
  • Pretérito (passado)
  • Pretérito perfeito: fato que está concluído.
  • Pretérito imperfeito: fato habitual ou contínuo ou que foi interrompido, não se concluindo.
  • Pretérito mais-que-perfeito: fato passado, anterior a outra ação já acontecida.
  • Futuro
  • Futuro do presente: fato que acontecerá num tempo futuro em relação ao tempo presente.
  • Futuro do pretérito: indica um fato futuro em relação a uma referência do passado.
  • O verbo pode variar em:
  • Número: singular e plural.
  • Pessoa: 1ª, 2ª e 3ª
  • Tempo: presente, passado e futuro.
  • Modo: indicativo, subjuntivo e imperativo.
  • Voz: ativa, passiva reflexiva.

Continue o estudo de verbo assistindo à vídeo aula abaixo.


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Homenagem ao Dia do estudante





"Estudar é como conhecer mundos diferentes.

Tempo de novidade a cada dia.
Tempo de novidade a cada hora.
Tempo de se preparar para a vida ..."
Feliz dia do estudante!

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

"Projeto de olho no óleo"

O blog "Oficina da Palavra" tem o prazer de divulgar o "Projeto: De olho no óleo" e parabenizar o professor Junior e os demais envolvidos pela iniciativa!

"O "Projeto: De olho no óleo", dos alunos do 3º ano quer informar sobre a maneira correta de se lidar com o óleo. A ideia é conscientizar a população sobre a necessidade de reciclagem do óleo de cozinha.
A simples atitude de  não jogar o óleo de cozinha usado direto no lixo ou no ralo da pia pode contribuir para diminuir o aquecimento global. O óleo que muitas vezes acaba chegando no oceano pelas redes de esgoto.
Além disso, um litro de óleo contamina 1 milhão de litros de água - o suficiente para uma pessoa usar durante 14 anos. Isso acontece porque o óleo impede a troca de oxigênio e mata todos os seres vivos como plantas, peixes e micro organismos. E ele também impermebiliza o solo contribuindo para as enchentes.
O sabão de óleo reciclado é um produto doméstico basicamente para lavar louça. É com essa ideia que podemos diminuir a poluição do meio ambiente."

"Receita de sabão caseiro (indicado para lavar louças)
  • Materiais:
5 litros de óleo
2 litros de água
200 mililitros de amaciante de roupas
1 quilo de soda cáustica em escamas
  • Preparo:
Coloque cuidadosamente a soda em escamas no fundo de um balde. Depois, coloque a água fervendo. Mexa até diluir tods as escamas da soda. Adicione o óleo e mexa. Adicione o amaciante e mexa novamente. Jogue a mistura numa fôrma e espere secar. Corte o sabão em barras."

"Atenção! 
A soda cáustica pode causar queimaduras na pele. O ideal é usar luvas e utensílios de madeira ou plástico para a mistura.
Deixe descansar por vinte minutos e com cuidado abra a garrafa, lembrando de manter uma certa distância do rosto. Abra aos poucos para que ocorra a liberação de gases que se formam dentro da garrafa e não tampe novamente."



Fonte: Material informativo distribuído aos alunos e professores. 

Alunos do 3º ano 

Sabão confeccionado pelos alunos do 3º ano. Ele só serve para lavar louças.

Apresentação do projeto



Alunos do 1º turno prestigiando o projeto.

Professor Junior, coordenador do projeto.

Professor Ângelo prestigiando o evento. E não é que ele ficou bem como garoto propaganda do produto.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

"Jornal Mural, Pio XII em ação!"

Aconteceu no dia 09 de julho, o lançamento da 2ª edição do “Jornal Mural, Pio XII em ação”. Novamente, reuniram-se todos os envolvidos nesse projeto que tem por objetivo produzir textos e informar a comunidade escolar.
Dessa vez, o convidado especial foi o locutor e radialista Paulo Magalhães. Sua palestra foi contagiante. Ele falou sobre sua trajetória profissional, sobre a influência de grandes radialistas na sua vida e do início da transmissão da Rádio Voz Alternativa FM em Januária.
Incentivou os alunos com seus relatos a estudarem e fazerem o que se gosta com profissionalismo. Disse também, que é preciso ter criatividade e usar a inteligência ao seu favor.
A mídia rádio é um dos meios de comunicação de maior alcance e que presta um serviço inestimável a quem mora nas regiões mais longínquas e esquecidas de todos os lugares do país. Saiba mais a partir do texto abaixo, publicado no site da UFJF http://www.nead.ufjf.br  .

Popularidade: o Rádio a Serviço da Educação

Desde sua invenção, há mais de cem anos, o rádio é considerado um dos meios de comunicação de maior importância na prestação de serviços. Ainda hoje, programas radiofônicos populares são alternativas que muitas comunidades recorrem para manifestar seus problemas e apresentar sua cultura. Um veículo barato, direto e popular, que sempre esteve ao lado do “ouvinte amigo” na democratização da informação.
Hoje, em plena era dos microcomputadores e mini-geringonças portáteis, que nos conectam com todo o mundo, pode até se pensar que o rádio perdeu seu papel, principalmente pelo fato de que a maioria das rádios comerciais se rendeu ao fenômeno da simples reprodução de músicas. Mas em um país com imensas inconstantes sociais, o bom e velho radinho de pilha ainda é o único companheiro de muitos brasileiros.

Quer saber mais? Acesse http://www.nead.ufjf.br e boa leitura!




Convidado especial  Paulo Magalhães

Palestra do radialista e locutor Paulo Magalhães

Alunos e professores do Ensino Fundamental e Médio


Entrevista, exposta no jornal mural sobre Pablo Magalhães, realizada pelos alunos do 7º ano CDA

Paulo Magalhães convida o aluno Filipe Marchezini do 7º ano PF para simular um programa de rádio  ao vivo.
Foi muito divertido e Filipe saiu muito bem. Parabéns!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

terça-feira, 16 de julho de 2013

Poema


A lagoa cristalina

A lagoa cristalina
reflete a pureza dos seus pensamentos
olhe bem no fundo dela 
e verá sua alma bela.

Mas olhe bem mais no fundo,
e vai refletir seus pensamentos, 
e vai parecer que você está
leve como o vento.

Essa lagoa cristalina
Cristalina essa lagoa,
que purifica seus pensamentos
e te deixa leve como o vento.

Théo Santana Nunes



  • Théo Santana Nunes é aluno do 6º ano Herbert Frota na Escola Estadual Pio XII.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Abertura do "Jornal Mural" da E.E.Pio XII

No dia 23 de maio de 2013, os professores e alunos da Escola Estadual Pio XII reuniram se no pátio da escola para a abertura e lançamento da primeira edição do nosso "Jornal Mural, Pio XII em ação". O trabalho foi realizado pelos alunos do ensino fundamental e médio, sob coordenação e orientação dos professores de Língua Portuguesa do 1º turno. O evento possibilitou o trabalho específico com textos jornalísticos entre outros. Além disso, proporcionou a leitura crítica, a informação e a produção de textos desenvolvidos em sala de aula. Agora todo esse conhecimento e informação se expandirá sobre a comunidade escolar através do jornal mural.
Para abrilhantar o dia, convidamos o jornalista Pablo Magalhães que falou sobre sua trajetória profissional, sobre a função do jornalismo e seu campo de atuação. Foi um momento de muita descontração e entusiasmo.
Parabéns a todos que contribuíram com o desenvolvimento desse trabalho que está apenas começando.
Obrigada!
Arte e design por Solange Monteiro

layout do jornal mural

Alunos do 1º turno


Alunos do ensino médio no suporte técnico

Jornalista Pablo Magalhães em palestra 

Questionamentos, dúvidas e esclarecimentos após a palestra.
Reportagem de destaque

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Aos alunos do 7º ano, como havia prometido. Leiam!

As formigas

 Lygia Fagundes Telles

Quando minha prima e eu descemos do táxi já era quase noite. Ficamos imóveis diante do velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles vazado por uma pedrada. Descansei a mala no chão e apertei o braço da prima.
- É sinistro.
Ela me impeliu na direção da porta.  Tínhamos outra escolha? Nenhuma pensão nas redondezas oferecia um preço melhor a duas pobres estudantes, com liberdade de usar o fogareiro no quarto, a dona nos avisara por telefone que podíamos fazer refeições ligeiras com a condição de não provocar incêndio. Subimos a escada velhíssima, cheirando a creolina.
- Pelo menos não vi sinal de barata – disse minha prima.
A dona era uma velha balofa, de peruca mais negra do que a asa da graúna. Vestia um desbotado pijama de seda japonesa e tinha as unhas aduncas recobertas por uma crosta de esmalte vermelho-escuro descascado nas pontas encardidas. Acendeu um charutinho.
- É você que estuda medicina? – perguntou soprando a fumaça na minha direção.
- Estudo direito. Medicina é ela.
A mulher nos examinou com indiferença. Devia estar pensando em outra coisa quando soltou uma baforada tão densa que precisei desviar a cara. A saleta era escura, atulhada de móveis velhos, desparelhados. No sofá de palhinha furada no assento, duas almofadas que pareciam ter sido feitas com os restos de um antigo vestido, os bordados salpicados de vidrilho.
- Vou mostrar o quarto, fica no sótão – disse ela em meio a um acesso de tosse. Fez um sinal para que a seguíssemos.
- O inquilino antes de vocês também estudava medicina, tinha um caixotinho de ossos que esqueceu aqui, estava sempre mexendo neles.
Minha prima voltou-se: – Um caixote de ossos?
A mulher não respondeu, concentrada no esforço de subir a estreita escada de caracol que ia dar no quarto. Acendeu a luz. O quarto não podia ser menor, com o teto em declive tão acentuado que nesse trecho teríamos que entrar de gatinhas. Duas camas, dois armários e uma cadeira de palhinha pintada de dourado. No ângulo onde o teto quase se encontrava com o assoalho, estava um caixotinho coberto com um pedaço de plástico. Minha prima largou a mala e pondo-se de joelhos puxou o caixotinho pela alça de corda. Levantou o plástico. Parecia fascinada.
- Mas que ossos tão miudinhos! São de criança? – Ele disse que eram de adulto. De um anão.
- De um anão? É mesmo, a gente vê que já estão formados… Mas que maravilha, é raro à beça esqueleto de anão. E tão limpo, olha aí admirou-se ela. Trouxe na ponta dos dedos um pequeno crânio de uma brancura de cal. – Tão perfeito, todos os dentinhos!
- Eu ia jogar tudo no lixo, mas se você se interessa pode ficar com ele.  O banheiro é aqui ao lado, só vocês é que vão usar, tenho o meu lá embaixo. Banho quente, extra. Telefone, também. Café das sete às nove, deixo a mesa posta na cozinha com a garrafa térmica, fechem bem a garrafa – recomendou coçando a cabeça. A peruca se deslocou ligeiramente. Soltou uma baforada final: – Não deixem a porta aberta senão meu gato foge.
Ficamos nos olhando e rindo enquanto ouvíamos o barulho dos seus chinelos de salto na escada. E a tosse encatarrada. Esvaziei a mala, dependurei a blusa amarrotada num cabide que enfiei num vão da veneziana. prendi na parede, com durex, uma gravura de Grassmann e sentei meu urso de pelúcia em cima do travesseiro. Fiquei vendo minha prima subir na cadeira, desatarraxar a lâmpada fraquíssima que pendia de um fio solitário no meio do teto e no lugar atarraxar uma lâmpada de duzentas velas que tirou da sacola. C quarto ficou mais alegre. Em compensação, agora a gente podia ver que a roupa de cama não era tão alva assim, alva era a pequena tíbia que ela tirou de dentro do caixotinho. Examinou-a. Tirou uma vértebra e olhou pelo buraco tão reduzido como o aro de um anel. Guardou-as com a delicadeza com que se amontoam ovos numa caixa.
- Um anão. Raríssimo, entende? E acho que não falta nenhum ossinho, vou trazer as ligaduras, quero ver se no fim da semana começo a montar ele.
Abrimos uma lata de sardinha que comemos com pão, minha prima tinha sempre alguma lata escondida, costumava estudar até a madrugada e depois fazia sua ceia. Quando acabou o pão, abriu um pacote de bolacha Maria.
- De onde vem esse cheiro? – perguntei farejando. Fui até o caixotinho, voltei, cheirei o assoalho.
- Você não está sentindo um cheiro meio ardido?
- É de bolor. A casa inteira cheira assim – ela disse. E puxou o caixotinho para debaixo da cama.
No sonho, um anão louro de colete xadrez e cabelo repartido no meio entrou no quarto fumando charuto. Sentou-se na cama da minha prima, cruzou as perninhas e ali ficou muito sério, vendo-a dormir. Eu quis gritar, tem um anão no quarto!, mas acordei antes. A luz estava acesa. Ajoelhada no chão, ainda vestida, minha prima olhava fixamente algum ponto do assoalho.
- Que é que você está fazendo aí? – perguntei.
- Essas formigas. Apareceram de repente, já enturmadas. Tão decididas, está vendo?
Levantei e dei com as formigas pequenas e ruivas que entravam em trilha espessa pela fresta debaixo da porta, atravessavam o quarto, subiam pela parede do caixotinho de ossos e desembocavam lá dentro, disciplinadas como um exército em marcha exemplar.
- São milhares, nunca vi tanta formiga assim. E não tem trilha de volta, só de ida – estranhei.
- Só de ida.
Contei-lhe meu pesadelo com o anão sentado em sua cama.
- Está debaixo dela – disse minha prima e puxou para fora o caixotinho.
Levantou o plástico.
- Preto de formiga! Me dá o vidro de álcool.
- Deve ter sobrado alguma coisa aí nesses ossos e elas descobriram, formiga descobre tudo. Se eu fosse você, levava isso lá pra fora.
- Mas os ossos estão completamente limpos, eu já disse. Não ficou nem um fiapo de cartilagem, limpíssimos. Queria saber o que essas bandidas vêm fuçar aqui.
Respingou fartamente o álcool em todo o caixote. Em seguida, calçou os sapatos e, como uma equilibrista andando no fio de arame, foi pisando firme, um pé diante do outro na trilha de formigas. Foi e voltou duas vezes. Apagou o cigarro. Puxou a cadeira. E ficou olhando dentro do caixotinho.
- Esquisito. Muito esquisito. – O quê?
- Me lembro que botei o crânio em cima da pilha, me lembro que até calcei ele com as omoplatas para não rolar. E agora ele está aí no chão do caixote, com uma omoplata de cada lado. Por acaso você mexeu aqui?
- Deus me livre, tenho nojo de osso! Ainda mais de anão.
Ela cobriu o caixotinho com o plástico, empurrou-o com o pé e levou o fogareiro para a mesa, era a hora do seu chá. No chão, a trilha de formigas mortas era agora uma fita escura que encolheu. Uma formiguinha que escapou da matança passou perto do meu pé, já ia esmagá-la quando vi que levava as mãos à cabeça, como uma pessoa desesperada. Deixei-a sumir numa fresta do assoalho.
Voltei a sonhar aflitivamente, mas dessa vez foi o antigo pesadelo com os exames, o professor fazendo uma pergunta atrás da outra e eu muda diante do único ponto que não tinha, estudado. As seis horas o despertador disparou veementemente. Travei a campanhia. Minha prima dormia com a cabeça coberta. No banheiro, olhei com atenção para as paredes, para o chão de cimento, à procura delas. Não vi nenhuma. Voltei pisando na ponta dos pés e então entreabri as folhas da veneziana. O cheiro suspeito da noite tinha desaparecido. Olhei para o chão: desaparecera também a trilha do exército massacrado. Espiei debaixo da cama e não vi o menor movimento de formigas no caixotinho coberto.
Quando cheguei por volta das sete da noite, minha prima já estava no quarto. Achei-a tão abatida que carreguei no sal da omelete, tinha a pressão baixa. Comemos num silêncio voraz. Então me lembrei.
- E as formigas?
- Até agora, nenhuma.
- Você varreu as mortas? Ela ficou me olhando.
- Não varri nada, estava exausta. Não foi você que varreu?
- Eu?! Quando acordei, não tinha nem sinal de formiga nesse chão, estava certa que antes de deitar você juntou tudo… Mas, então, quem?!
Ela apertou os olhos estrábicos, ficava estrábica quando se preocupava.
- Muito esquisito mesmo. Esquisitíssimo.
Fui buscar o tablete de chocolate e perto da porta senti de novo o cheiro, mas seria bolor?Não me parecia um cheiro assim inocente, quis chamar a atenção da minha prima para esse aspecto, mas ela estava tão deprimida que achei melhor ficar quieta. Espargi água-de-colônia Flor de Maçã por todo o quarto (e se ele cheirasse como um pomar?) e fui deitar cedo. Tive o segundo tipo de sonho, que competia nas repetições com o tal sonho da prova oral, nele eu marcava encontro com dois namora dos ao mesmo tempo. E no mesmo lugar. Chegava o primeiro e minha aflição era levá-lo embora dali antes que chegasse o segundo. O segundo, desta vez, era o anão. Quando só restou o oco de silêncio e sombra, a voz da minha prima me fisgou e me trouxe para a superfície. Abri os olhos com esforço. Ela estava sentada na beira da minha cama, de pijama e completamente estrábica.
- Elas voltaram.
- Quem?
- As formigas. Só atacam de noite, antes da madrugada. Estão todas aí de novo. A trilha da véspera, intensa, fechada, seguia o antigo percurso da porta até o caixotinho de ossos por onde subia na mesma formação até desformigar lá dentro. Sem caminho de volta.
- E os ossos?
Ela se enrolou no cobertor, estava tremendo.
- Aí é que está o mistério. Aconteceu uma coisa, não entendo mais nada!
Acordei pra fazer pipi, devia ser umas três horas. Na volta, senti que no quarto tinha algo mais, está me entendendo? Olhei pro chão e vi a fila dura de formigas, você se lembra? Não tinha nenhuma quando chegamos. Fui ver o caixotinho, todas se trançando lá dentro, lógico, mas não foi isso o que quase me fez cair pra trás, tem uma coisa mais grave: é que os ossos estão mesmo mudando de posição, eu já desconfiava mas agora estou certa, pouco a pouco eles estão… Estão se organizando.
- Como, se organizando?
Ela ficou pensativa. Comecei a tremer de frio, peguei uma ponta do seu cobertor. Cobri meu urso com o lençol.
- Você lembra, o crânio entre as omoplatas, não deixei ele assim. Agora é a coluna vertebral quejá está quase formada, uma vértebra atrás da outra, cada ossinho tomando o seu lugar, alguém do ramo está montando o esqueleto, mais um pouco e… Venha ver!
- Credo, não quero ver nada. Estão colando o anão, é isso?
Ficamos olhando a trilha rapidíssima, tão apertada que nela não caberia sequer um grão de poeira. Pulei-a com o maior cuidado quando fui esquentar o chá. Uma formiguinha desgarrada (a mesma daquela noite?) sacudia a cabeça entre as mãos. Comecei a rir e tanto que se o chão não estivesse ocupado, rolaria por ali de tanto rir. Dormimos juntas na minha cama. Ela dormia ainda quando saí para a primeira aula. No chão, nem sombra de formiga, mortas e vivas desapareciam com a luz do dia.
Voltei tarde essa noite, um colega tinha se casado e teve festa. Vim animada, com vontade de cantar, passei da conta. Só na escada é que me lembrei: o anão. Minha prima arrastara a mesa para a porta e estudava com o bule fumegando no fogareiro.
- Hoje não vou dormir, quero ficar de vigia – ela avisou. O assoalho ainda estava limpo. Me abracei ao urso.
- Estou com medo.
Ela foi buscar uma pílula para atenuar minha ressaca, me fez engolir a pílula com um gole de chá e ajudou a me despir.
- Fico vigiando, pode dormir sossegada. Por enquanto não apareceu nenhuma, não está na hora delas, é daqui a pouco que começa. Examinei com a lupa debaixo da porta, sabe que não consigo descobrir de onde brotam?
Tombei na cama, acho que nem respondi. No topo da escada o anão me agarrou pelos pulsos e rodopiou comigo até o quarto, Acorda, acorda! Demorei para reconhecer minha prima que me segurava pelos cotovelos. Estava lívida. E vesga.
- Voltaram – ela disse.
Apertei entre as mãos a cabeça dolorida.
- Estão aí? – Ela falava num tom miúdo, como se uma formiguinha falasse com sua voz.
- Acabei dormindo em cima da mesa, estava exausta. Quando acordei, a trilha já estava em plena movimentação. Então fui ver o caixotinho, aconteceu o que eu esperava…
- O que foi? Fala depressa, o que foi?
Ela firmou o olhar oblíquo no caixotinho debaixo da cama.
- Estão mesmo montando ele. E rapidamente, entende? O esqueleto já está inteiro, só falta o fêmur. E os ossinhos da mão esquerda, fazem isso num instante. Vamos embora daqui.
- Você está falando sério?
- Vamos embora, já arrumei as malas.
A mesa estava limpa e vazios os armários escancarados.
- Mas sair assim, de madrugada? Podemos sair assim?
- Imediatamente, melhor não esperar que a bruxa acorde. Vamos, levanta!
- E para onde a gente vai?
- Não interessa, depois a gente vê. Vamos, vista isto, temos que sair antes que o anão fique pronto.
Olhei de longe a trilha: nunca elas me pareceram tão rápidas. Calcei os sapatos, descolei a gravura da parede, enfiei o urso no bolso da japona e fomos arrastando as malas pelas escadas, mais intenso o cheiro que vinha do quarto, deixamos a porta aberta. Foi o gato que miou comprido ou foi um grito?
No céu, as últimas estrelas já empalideciam. Quando encarei a casa, só a janela vazada nos via, o outro olho era penumbra.



A Escola Estadual Pio XII volta às aulas!

Esperamos por todos vocês!