"Pois viver deveria ser - até o último pensamento e derradeiro olhar - transformar-se."
Lya Luft
No dia Internacional da Mulher o blog "Oficina da Palavra" homenageia Lya Luft. Escritora, tradutora e amante da vida.É uma mulher que luta contra os estereótipos sociais e que escreve sobre tudo aquilo que a "assombra".
"Tento entender a vida, o mundo e o mistério e para isso escrevo. Não
conseguirei jamais entender, mas tentar me dá uma enorme alegria. Além disso,
sou uma mulher simples, em busca cada vez mais de mais simplicidade. Amo a
vida, os amigos, os filhos, a arte, minha casa, o amanhecer. Sou uma amadora da
vida”.
“A vida é maravilhosa, mesmo quando dolorida. Eu gostaria que na correria da
época atual a gente pudesse se permitir, criar, uma pequena ilha de
contemplação, de autocontemplação, de onde se pudesse ver melhor todas as
coisas: com mais generosidade, mais otimismo, mais respeito, mais silêncio,
mais prazer. Mais senso da própria dignidade, não importando idade, dinheiro,
cor, posição, crença."
Lya Luft
Canção das mulheres
Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.
Lya Luft
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lya_Luft