segunda-feira, 26 de abril de 2021

SEMANA 3 - PET COMPLEMENTAR – 9º ANO


      Passo 2: Responda às questões sobre o texto lido:

1.    1. Qual é o conflito apresentado pelo texto e qual é a sua causa?

2. Você acredita que essa possa ser a realidade da Terra em algum momento futuro? Por quê?

3. Qual foi a solução encontrada na história para salvar a humanidade, e você concorda com ela? Por quê?

4. Em uma possível “seleção” de pessoas para comporem a “Arca de Noé” você concorda que o critério de seleção usado no texto seria o critério utilizado na nossa sociedade atual? Por quê?

 

SEMANA 3 - PET COMPLEMENTAR – 8º ano

 

TEXTO 02

Alguns contos do escritor Edgar Allan Poe são exemplares para o gênero em questão. Além disso, os filmes de Sherlock Holmes são clássicas narrativas de enigma. A seguir, um excerto em que Holmes e Dr. Watson estão às voltas com o mistério que envolve os uivos do cão, ouvidos no castelo de Baskerville.

O Cão dos Baskervilles

[...] “Onde está ele?”, cochichou Holmes, e eu vi pela expressão de sua voz que ele, o homem de ferro, estava abalado até a alma. “Onde está ele, Watson?”

“Lá, acho eu.” Apontei para a escuridão.

“Não, lá!”

Novamente o grito de agonia passou pela noite silenciosa, mais alto e muito mais perto do que nunca. – E um novo som misturou-se com ele, um troar sussurrado e diminuindo como o murmúrio baixo e constante do mar.

“O cão!”, exclamou Holmes. “Venha, Watson, venha! Deus nos livre de chegarmos tarde demais!” Ele havia começado a correr rapidamente pela charneca, e eu o seguia nos seus calcanhares. Mas agora, de alguma parte por entre o terreno irregular imediatamente à nossa frente, veio o último grito desesperado e depois uma pancada forte e ensurdecedora. Paramos e ficamos ouvindo. Nenhum outro som rompeu o silêncio da noite sem vento.

Sir Arthur Conan Doyle. O Cão dos Baskervilles. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1987


Agora, leia atentamente o fragmento da notícia a seguir. Ela deverá ser o ponto de partida para a escrita do seu conto de enigma.


TEXTO 03

Leia atentamente o fragmento da notícia.

Dedo cai do céu e leva polícia a desvendar crime hediondo
BBC Brasil | 24/03/2011

(...) a pista crucial para elucidar o crime foi o dedo da vítima, que literalmente caiu do céu, possivelmente do bico de um pássaro. O momento em que o pedaço do corpo de Mahmood cai no chão de um estacionamento em Ilford foi registrado em uma câmera de circuito interno de segurança.

O funcionário da limpeza que viu o dedo pensou, a princípio, que se tratasse de um pedaço de frango lançado de alguma janela do prédio de escritórios, que fica a cerca de um quilômetro e meio do local onde Mahmood foi morto.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/bbc/  Acesso: junho de 2011 


Proposta: Veja que as informações a respeito dos motivos do crime, dos culpados e dos fatos que levaram um dedo humano a cair do céu não constam no trecho da notícia, acima reproduzido. Imagine, então, que a investigação dessas informações omitidas está sendo narrada em um conto de enigma.

Planejamento:

Comece a planejar seu conto de enigma, respondendo, no caderno, às perguntas abaixo:

1 – Quem/como será a vítima?
2 – Quem será o assassino e qual será seu relacionamento com a vítima?
3 – Como o criminoso executará o crime?
4 – Que pistas ele deixará?
5 – Quem serão os suspeitos?
6 – Qual a motivação do crime?
7 – Que pistas falsas vai haver?
8 – Quem desvendará o crime? Como?


 Fonte: Grupo fechado de atividades compartilhadas no Facebook.


sábado, 24 de abril de 2021

24/04 - SÁBADO LETIVO


 1 MOMENTO

🎞️Abaixo segue o link de vídeos sugeridos sobre o 
01 - Quem foi Carolina de Jesus.

Link :  

2 MOMENTO
 - continuação . História ilustrada de Carolina de Jesus.
             

Vamos conversar sobre os  vídeos e fazer uma atividade, neste sábado maravilhoso!!🥳🥳

ATIVIDADE

✳️Na sua vida existe uma mulher que te incentive de forma a fazer com que você corra atrás dos seus sonhos? 
Escreva um breve relato sobre ela e envie ao seu Professor tutor de hoje .

Um sábado abençoado! 
👩🏽👩🏼👩👦🏼👦🏿😘
Estamos  ansiosos para ver a participação de todos vocês. 

Vamos lá!!!

Professores coordenadores: Neire(Arte)  
Sirléia(Matemática) 
Elaine(Historia) 
 

segunda-feira, 19 de abril de 2021

SEMANA 2 - PET COMPLEMENTAR – 1º BIMESTRE - 9º ano

PET COMPLEMENTAR – 1º BIMESTRE

SEMANA 2 GÊNERO CONTO DE FICÇÃO CIENTÍFICA


9º ano – CONTEÚDO: gênero conto de ficção científica – análise dos elementos literários presentes na narrativa.]


      Passo 1: Leia o texto a seguir e, na sequência,

responda às questões de interpretação:

A próxima Terra

A grande nave aproximava-se do seu destino final. Após quase seiscentos anos ela finalmente estava próxima de concluir sua missão.

Quando os recursos naturais foram quase esgotados em sua totalidade, quando o homem com suas guerras e seu desprezo pelo equilíbrio ecológico finalmente transformaram a Terra em um lugar condenado, decidiu-se que era hora da raça humana sobreviver.

Viajando a dez por cento da velocidade da luz, a grande nave aproximou-se do seu destino.

Cento e sessenta pessoas foram escolhidas por sua capacidade cognitiva (artistas, intelectuais e cientistas) e compleição genética para comporem a tripulação. Metade da tripulação era composta de homens e a outra metade de mulheres. Os debates e os conflitos foram intensos sobre quem seriam os escolhidos, mas não havia outra alternativa: a raça humana teria que continuar existindo.

Em meio à tensão com a partida da grande nave, a única certeza existente era que quando esta chegasse ao seu destino não existiria mais o planeta Terra. A nave recebeu o sugestivo nome de Arca de Noé. Ela era uma nave geracional. Cento e sessenta pessoas saíram da Terra para viver, reproduzir-se e morrer no espaço. Ao fim de várias gerações os filhos dos filhos dos tripulantes originais teriam a possibilidade de chegar a um destino e construir uma nova sociedade humana, dessa vez sem as mazelas da antiga.

 Ao aproximar-se do planeta, que já recebera o nome de Nova Terra, sondas foram enviadas a sua superfície. Surpresa, desespero e medo espalharam-se entre os duzentos e oitenta e dois moradores-tripulantes quando os dados enviados pelas sondas mostraram um planeta com uma temperatura superior a 500º Celsius, nuvens carregadas de ácido sulfúrico e uma atmosfera basicamente composta por dióxido de carbono e nitrogênio. Ele era inviável para a vida humana.

Em meio ao imenso vazio interestelar a grande arca humana segue em busca de seu próximo destino situado a treze anos-luz de distância. Gerações inteiras viverão, amarão e morrerão em seu interior até que o próximo planeta com possibilidade de abrigar a raça humana surja no horizonte.

ALVES, Jota. A próxima Terra. Recanto das Letras, 2021. Disponível em: https://www.recantodasletras.com.br/contosdeficcaocientifica/7191581. Acesso em 25 fev. 2021.



1.    1. A qual gênero textual o texto pertence e por quê?


2. Qual é o cenário onde a narrativa é apresentada? Há algum tempo marcado no texto?


3. Quem são as personagens do texto? O que se sabe sobre elas?


4. Qual o tipo de narrador do texto?


5. Faça uma breve descrição do enredo da história (introdução, desenvolvimento e conclusão):


Semana 2 - PET COMPLEMENTAR - 8º ano

PET COMPLEMENTAR – 1º BIMESTRE

CONTO DE ENIGMA
SEMANA 2 - LEITURA

PARA SABER MAIS

Gênero: Conto de enigma

O conto de enigma narra a trajetória de uma personagem que precisa desvendar um enigma ou um crime por meio de pistas.

Público-alvo: leitores interessados em desvendar enigmas.

Objetivo de quem escreve: fazer o leitor se envolver com a narrativa para desvendar o enigma apresentado.

Organização:

        O tempo e o espaço são descritos de forma reduzida. Por vezes, não são determinados.

        O narrador pode ser personagem, observador ou onisciente.

        O conflito desenvolve-se em torno de um enigma a ser desvendado.

        Há poucas personagens, geralmente o investigador/detetive, os suspeitos, as testemunhas e as vítimas, em casos de crime.

Sequência narrativa:

1.   situação inicial;

2.   complicação, em que surge o enigma a ser desvendado;

3.   desenvolvimento, em que acontece a investigação por meio de pistas;

4.   clímax, momento em que se dá a resolução do enigma;

5.   desfecho, com as consequências ocorridas após a resolução do enigma.

Linguagem: Em geral, o registro é formal, mas pode ocorrer registro informal em diálogos. Há uso de substantivos que remetem ao campo semântico dos enigmas como crime, vítima, pistas, álibi, suspeito, etc.


Texto 1

Narrativa de Enigma - PARTE I

  Nas narrativas de enigma sempre tem um crime ou um mistério a ser desvendado. Então por isso nessas histórias quase sempre existem personagens como a figura de um detetive ou de alguém que desempenha um papel de esclarecer o enigma tornando-se um herói após desvendar todo o "problema". As investigações do conto e os enigmas são revelados por meio de um raciocínio lógico; com o passar do conto os possíveis culpados e novos suspeitos ganham destaque na narrativa, entre outros.

 

Enredo, Personagens e Narrador

     A narrativa de enigma tem como personagens o criminoso, a vítima, os suspeitos e o detetive. Este personagem tem como característica fundamental o fato de nunca demonstrar medo ou descontrole emocional.

     A narrativa se desenvolve a partir de um crime cometido, e o leitor acompanha todos os procedimentos da investigação, por meio do olhar do narrador. Uma das características da narrativa de enigma é o fato de que a história da investigação é frequentemente contada por um amigo do detetive, no no papel de narrador. Esse, na maioria das vezes, reconhece estar escrevendo um livro e, assim como o leitor, desconhece o que vai acontecer, ao longo da história - o que ajuda a criar o suspense......

     De modo geral, pode-se dizer que a narrativa de enigma tem um único detetive, uma vítima e um culpado. O culpado não deve ser o detetive, nem alguém muito óbvio para o leitor: a governanta, a camareira, o mordomo. Não há desenvolvimento de romances ou paixões; não há aprofundamento na descrição psicológica, apenas o suficiente para o leitor compreender a mentalidade do criminoso e, principalmente, nada pode ser explicado pelo acaso ou pelo sobrenatural. Tudo deve ser explicado de modo racional....

A Linguagem

    Nestas narrativas o uso de  adjetivos e locuções adjetivas auxiliam na caracterização do ambiente sombrio. São comuns expressões como: homem de ferro, grito de agonia, novo som, grito mais alto, grito muito mais perto, último grito desesperado, noite silenciosa, grito desesperado, murmúrio baixo, pancada forte e ensurdecedora, noite sem vento.

     De grande importância também é o papel dos advérbios: rapidamente, imediatamente, que dão à cena rapidez nas ações de investigação por parte do detetive e seu ajudante.

Sherlock Holmes

     O mais famoso dos detetives. O detetive Sherlock Holmes é britânico, culto, um verdadeiro aristocrata, criado por Conan Doyle (1859-1930). Holmes desvenda seus mistérios de maneira sutil e elegante. O detetive, protagonista de aventuras interessantes, chegou a ser tão famoso que muita gente não acredita que seja uma personagem. Seu amigo inseparável, John Watson, é o narrador dos seus casos. Watson é inteligente, mas o mestre o supera de longe, no uso do raciocínio dedutivo....

Agatha Christie

     Chamada de "a rainha do crime", Agatha Christie foi autora de cerca de 84 romances policiais, escritos ao longo de meio século. Foi a criadora do famoso detetive Hercule Poirot e de Miss Marple, simpática velhinha inglesa, perspicaz na observação de detalhes da conduta humana.

https://igormurilos2.blogspot.com/2012/10/o-que-e-narrativa-de-enigma.html

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/tecnicas-de-redacao-narracao-o-enigma.htm



UM CRIME QUASE PERFEITO - Robert Arlt

 

            As alegações dos três irmãos da suicida foram checadas. Não tinham mentido. O mais velho, Juan, permanecera das cinco da tarde até a meia-noite (a senhora Stevens se suicidou entre sete e dez da noite) detido numa delegacia, por sua imprudente participação num acidente de trânsito. O segundo irmão, Esteban, estivera no povoado de Lister desde as seis da tarde daquele dia até as nove do seguinte. Quanto ao terceiro, doutor Pablo, ele não se afastara em nenhum momento do laboratório de análise de leite da Cia. Erpa, mais exatamente do setor de doseamento da gordura.

            O curioso é que, naquele dia, os três irmãos tinham almoçado com a suicida, comemorando seu aniverrio, e ela, por sua vez, em nenhum momento deixara entrever uma intenção funesta. Todos comeram alegremente e, às duas da tarde, os homens se retiraram.

            Suas declarações coincidiram em tudo com as da criada que, desde muitos anos trabalhava para a senhora Stevens. Essa mulher, que não dormia no emprego, às sete da noite foi para casa. A última ordem que recebeu foi a de dizer ao porteiro que trouxesse o jornal da tarde. Às sete e dez o porteiro entregou o jornal à senhora Stevens, e o que fez esta antes de matar-se pode ser presumido logicamente. Revisou os últimos lançamentos da contabilidade doméstica, pois a livreta estava na mesa da copa, com os gastos do dia sublinhados. Serviu-se de uísque com água  e nessa mistura deixou cair, aproximadamente, meio grama de cianureto de potássio. Pôs-se a ler o jornal, depois bebeu o veneno e, ao sentir que ia morrer, levantou-se, para logo tombar no chão atapetado. O jornal foi achado entre seus dedos contraídos.

            Tal foi a primeira hipótese, construída a partir de um conjunto de coisas pacificamente ordenadas no interior da residência, mas esse suicídio estava carregado de absurdos psicológicos e não queríamos aceitá-lo. No entanto, só a senhora Stevens podia ter posto o veneno no copo. O uísque da garrafa não continha veneno. A água misturada também era pura. O veneno, claro, podia estar no fundo ou nas paredes do copo, mas esse copo tinha sido retirado de uma prateleira onde havia uma dúzia de outros iguais: o eventual assassino não havia de saber qual copo a senhora Stevens escolheria. De resto, o laboratório da polícia nos informou que nenhum copo tinha veneno em suas paredes.

            A investigação não era fácil. As primeiras provas provas mecânicas, como eu as chamava sugeriam que a viúva morrera por suas próprias mãos, mas a evidência de que, ao ser surpreendida pela morte, estava distraída na leitura do jornal, tornava disparatada a ideia de suicídio.

     Essa era a situação quando fui desligado por meus superiores para continuar a investigação. A informação de nosso laboratório era categórica: havia veneno no copo que a senhora Stevens usara, mas a água e o uísque da garrafa eram inofensivos. O depoimento do porteiro era igualmente seguro: ninguém visitara a senhora Stevens depois que lhe entregara o jornal. Se após as diligências iniciais eu tivesse concluído o inquérito optando pelo suicídio, meus superiores nada teriam objetado. Porém, concluir o inquérito  nesses termos era  a confissão de um fracasso. A senhora Stevens tinha sido assassinada e havia certo indício: onde estava o envoltório do veneno? Por mais que revistássemos a casa, não encontramos a caixa, o envelope ou o frasco do tóxico. Aquilo era eloquente.

     E havia outra questão: os irmãos da morta eram três malandros. Os três, em menos de dez anos tinham posto fora os bens herdados dos pais, e seus atuais rendimentos não eram satisfatórios: Juan trabalhava como ajudante de um advogado especializado em divórcios. Mais de uma vez sua conduta anterior se mostrara suspeita, dando margem à presunção de chantagem. Esteban era corretor de seguros e havia feito um seguro para sua irmã, sendo ele mesmo o beneficiário. Quanto a Pablo era veterinário, mas tivera seu registro profissional cancelado pela justiça após ser condenado por dopar cavalos. Para não morrer de fome empregara-se na indústria leiteira, no setor de análises.

     Assim eram os irmãos.

     Já a senhora Stevens tinha enviuvado três vezes. No dia de seu “suicidio”estava completando 68 anos, mas era uma senhora extraordinariamente conservada, corpulenta, forte, enérgica, de cabelos viçosos, e tinha condições de pretender novo casamento. Dirigia a casa com alegria e pulso firme. Adepta dos prazeres da mesa, sua despensa estava magnificamente provida de vinhos e comestíveis, e não há dúvida de que sem aquele “acidente"teria vivido cem anos. Supor que uma mulher como ela seria capaz de suicidar-se era desconhecer a natureza humana. Sua morte beneficiaria cada um dos seus irmãos com duzentos e trinta mil pesos.

     O cadáver foi descoberto pelo porteiro e pela criada às sete da manhã, quando esta, não conseguindo abrir a porta, que estava trancada por dentro, chamou o homem para ajudá-la. Às onze da manhã como creio ter dito anteriormente, estava em nosso poder a informação do laboratório. Às três da tarde, eu deixava o quarto em que estava detida a empregada, em sua própria casa, com uma ideia na cabeça: o assassino arrancara um vidro da janela para entrar na casa e após deitar veneno ao copo recolocara o vidro no lugar. Era uma fantasia de romance policial, mas convinha verificar a hipótese.

     Saí da residência da senhora Stevens decepcionado. Minha especulação era falsa. A massa dos vidros não tinha sido removida.

     Decidi caminhar e pensar um pouco, o “suicídio" da senhora Stevens me preocupava bastante. Não policialmente, mas diria, esportivamente. Estava  diante de  um assassino sagaz, possivelmente um dos três irmãos, que se valera de um expediente simples e ao mesmo tempo misterioso, impossível de ser detectado na nitidez daquele vazio.

     Absorvido em minhas conjeturas, entrei em num café, tão ausente do mundo que, embora detestasse bebidas alcoólicas, pedi um uísque.  Quanto tempo esteve a bebida a ser tocada, diante dos meus olhos? Não sei. De repente, vi o copo de uísque, a garrafa d’água, o pratinho com gelo. Atônito, fiquei olhando aquilo, o pratinho com gelo. Uma hipótese dava grandes saltos em meu cérebro.

     Chamei o garçom, paguei a bebida que não tomara, embarquei num táxi e fui à casa da criada. No quarto, me sentei à frente dela.

-    Olhe nos meus olhos - disse-lhe-, e veja bem o que vai responder: a senhora Stevens tomava uísque com gelo ou sem gelo?

-    Com gelo senhor.

-    Onde comprava o gelo?

-    Não comprava senhor. Em casa há uma geladeira pequena que faz gelo em cubinhos - e a criada, como acordando, prosseguiu: - Agora me lembro, a geladeira estava estragada. Ontem, o senhor Pablo a consertou num instante.

     Uma hora depois nos encontrávamos na residência da senhora Stevens: o químico do nosso laboratório, o técnico da fábrica que vendera a geladeira, o juiz de instrução e eu. O técnico retirou a água do depósito do congelador e vários cubinhos de gelo. O químico iniciou seu trabalho e, minutos depois, disse:

-    A água está envenenada, os cubos também.

Olhamo-nos contentes. O mistério tinha terminado.

Agora era um mero jogo a reconstituição do crime. o doutor Pablo, ao trocar o fusível da geladeira (era este o defeito segundo o técnico), lançara no congelador certa quantidade de veneno dissolvido em água. Sem suspeitar, a senhora Stevens preparara o seu uísque. Retirara um cubinho do congelador (o que explicava o prato com gelo derretido, encontrado na mesa) e o colocara no copo. sem esperar que a morte a esperava em seu vício, passara a ler o jornal, até que, julgando o uísque suficientemente gelado, tomara um gole. Os efeitos não tardaram.

     Às onze, o juiz, meu superior e eu nos apresentamos no laboratório da Erpa. o doutor Pablo, quando nos viu em grupo, levantou o braço como se quisesse anatematizar as conclusões. Abriu a boca e despencou ao lado de uma mesa de mármore. Um infarto o matara. em seu armário estava o frasco do veneno. Foi o assassino mais engenhoso que conheci.

 

               

Roberto Arlt. Um crime quase perfeito. Trad. Sérgio Faraco. In: Flávio Moreira Costa (org). Os 100 melhores contos de crime e mistério da literatura universal. 2.ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. p.607-609.

 



2- Leia o texto 1 - Narrativa de Enigma e faça as atividades abaixo:

a)    Cite dois elementos que sempre aparecem nas narrativas de enigma.

b)    Quais são os personagens que sempre aparecem nas narrativas de enigma?

c)    Quem geralmente é o narrador das narrativas de enigma?

d)    Quais são as características do detetive? Qual é o mais famoso detetive da ficção?

e)    Quem é a “Rainha do Crime”? Por que ela tem este título?

 

3- Leia o texto 2 - “Um crime quase perfeito”e responda:

 

a)    Qual é o nome da vítima?

b)    Quais foram as últimas pessoas que viram a vítima antes do crime?

c)    Quem narra este caso? Copie um trecho que comprove a sua resposta.

d)    Qual é a primeira hipótese apresentada para a morte da senhora Stevens? Por que o narrador crê que ela é disparatada?

e)    ausência de veneno nos outros copos do armário reforça a ideia de assassinato ou de suicídio?

f)     Qual era a situação dos irmãos da vítima? Essa situação faz deles suspeitos em potencial?

g)    Por que Pablo se tornou o suspeito número 1, após a análise da água descongelada?

assassino foi preso? O que aconteceu?



5- Os acontecimentos abaixo compõem uma história policial e estão apresentados fora de ordem. Imagine que eles são tópicos a partir dos quais você irá escrever uma história policial. Coloque os fragmentos em ordem de maneira que o suspense de mantenha.

 

(          ) No dia seguinte, o candelabro é encontrado no quarto do mordomo, que passa a ser o principal suspeito do crime.

(          ) Coronel Mostarda, dona Branca e sr. Marinho estão reunidos na casa de campo da srta. Rosa para um fim de semana. O mordomo e uma cozinheira também estão presentes.

(          ) Finalmente, descobre-se que o senhor Mostarda é o assassino, pois são encontrados pequenos cacos de espelho em suas roupas.

(          ) Na tarde de sábado, o sr. Mostarda discute com a srta. Rosa no salão de jogos. Ela lhe cobrava uma dívida, que ele prometera pagar meses atrás.

(          ) À meia-noite, o sr. Mostarda entra no quarto da srta. Rosa e a mata batendo com um candelabro em sua cabeça.

(         ) Na noite de sábado, é servido um jantar no salão oval. Depois do jantar todos se recolhem a seus quartos.

(           ) O detetive, no entanto, não está convencido de que o mordomo seja o culpado, já que ele não teria motivos para assassinar sua patroa.

(          ) Na saída do quarto, o sr. Mostarda esbarra com o candelabro em seu espelho. Ouve-se o barulho do vidro quebrado.



Fonte: Grupo fechado de atividades compartilhadas no Facebook.

A Escola Estadual Pio XII volta às aulas!

Esperamos por todos vocês!