Semana 2 - PET COMPLEMENTAR VOLUME 02
ATIVIDADES
a) Classe de palavras que se caracteriza por delimitar o substantivo, atribuindo-lhe qualidades, estados, aparência etc.
b) Classe de palavra invariável que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do advérbio.
c) Classe de palavra que vem antes do substantivo, indicando se ele é determinado ou indeterminado.
d) Classe de palavra invariável que exprime estados emocionais.
e) Conjuntos de verbos que, em uma determinada frase, desempenham valor de um único verbo.
Leia o texto para responder o que se pede:
COMO SEREMOS AMANHÃ?
Por mais modernos, avançados, biônicos, quânticos, incríveis que sejamos, não poderemos nos livrar das emoções humanas
Estar aberto às novidades é estar vivo. Fechar-se a elas é morrer estando vivo. Um certo equilíbrio entre as duas atitudes ajuda a nem ser antiquado demais nem ser superavançadinho, correndo o perigo de confusões ou ridículo. Sempre me fascinaram as mudanças – às vezes avanço, às vezes retorno à caverna. Hoje andam incrivelmente rápidas, atingindo nossos usos e costumes, ciência e tecnologia, com reflexos nas mais sofisticadas e nas menores coisas com que lidamos. Nossa visão de mundo se transforma, mas penso que não no mesmo ritmo; então de vez em quando nos pegamos dizendo, como nossas mães ou avós tanto tempo atrás: “Nossa! Com tudo mudou!”.
Nos usos e costumes a coisa é séria e nos afeta a todos: crianças muito precocemente sexualizadas pela moda, pela televisão, muitas vezes por mães alienadas, por teorias abstrusas e mal aplicadas. Se antes namorar era difícil, o primeiro batom rosa-claro aos 15 anos, e não havia pílula anticoncepcional, hoje talvez amar ande descomplicado demais. (...) Casamentos ( isto é, uniões ditas estáveis, morar juntos) estão sendo atropelados pela incapacidade de fortalecer laços, construir juntos com alguma paciência. Não sou de sermos infelizes juntos pelo resto da vida, mas de tentarmos um pouco mais. (...)
Na saúde, acho que muito melhorou. Sou de uma infância sem antibióticos. A gente sobrevivia sob os cuidados de mãe, pai, avó, médico de família, aquele que atendia do parto à cirurgia mais complexa para aqueles dias. Dieta, que hoje se tornou obsessão, era impensável, sobretudo para crianças, e eu pré-adolescente gordinha, não podia nem falar em “regime” que minha mãe arrancava os cabelos e o médico sacudia a cabeça: “Nem pensar”.
Em breve estaremos menos doentes: células-tronco e chips vão nos consertar de imediato, ou evitar os males. Teremos de descobrir o que fazer com tanto tempo de vida a mais que nos será concedido. Nada de aposentadoria
precoce, chinelo e pijama ( isso ainda se usa?). Mas aprender sempre. Interrogar o mundo, curtir a natureza, saborear a arte, viajar para Marte e outras rimas exóticas. Passear, criar, divertir-se, viajar ( talvez por teletransporte, feito o pó de pirlimpimpim da boneca Emília do nosso Monteiro Lobato, que querem castrar).
Quem sabe nos mataremos menos, se as drogas forem controladas e a miséria extinta. Não creio em igualdade, mas em dignidade para todos. Talvez haja menos guerras, porque de alguma forma seremos menos violentos.
Leremos unicamente livros eletrônicos ou algo ainda mais moderno. As vastas bibliotecas de papel serão museus, guardando o cheiro da minha infância, quando – se eu aborrecia minha mãe com mil perguntas – meu pai me sentava em uma dessas poltronas de couro e botava no meu colo alguma enciclopédia com figuras de flores, frutas, bichos, protegida por papel de seda amarelado.
Inesquecível, e delicioso, sobretudo quando chovia.
As crianças terão outras memórias, outras brincadeiras, outras alegrias; os adultos, novas sensações e possibilidades – mas as emoções humanas, estas eu penso que vão demorar a mudar. Todos vão continuar querendo mais ou menos o mesmo: afeto, presença, sentido para a vida, alegria. Desta, por mais modernos, avançados, biônicos, quânticos, incríveis, não poderemos esquecer. Ou não valerá a pena nem um só ano a mais, saúde a mais, brinquedinhos a mais. Seremos uns robôs cinzentos e sem graça.( Lya Luft. Veja. São Paulo, 2 mar. 2011, p. 24.)
Glossário: Abstrusas: obscuras, confusas.
5.Este texto é um artigo de opinião. O artigo de opinião é um gênero textual que visa a promover o debate de regras e ideias. Por isso constitui um texto argumentativo. Que assunto é abordado nesse artigo?
A) A autora apenas expõe seus desejos, pois não consegue imaginar como será o futuro.
B) A autora expõe suas ideias sobre as mudanças que ocorrem no mundo de hoje, comparando-as com as de seu passado, e imagina como será o futuro.
C) A autora não consegue expor, claramente, suas ideias sobre as mudanças que ocorrem no mundo de hoje, mas imagina como será o futuro.
D) A
autora expõe seus sonhos e critica as possíveis mudanças que ocorrerão no
mundo.
6. Na abordagem do assunto, a função mais importante na produção desse artigo é:
A) Informar o público leitor sobre as mudanças.
B) Apresentar as ideias da autora sobre os fatos.
C) Narrar uma experiência pessoal.
D) Argumentar com base no que foi exposto.
7. Lya Luft apresenta, no 1º parágrafo, o tema que será desenvolvido nos
parágrafos seguintes. Qual é o ponto de vista defendido por ela diante
das inevitáveis mudanças?
A) A autora defende o equilíbrio na adesão ao novo e no apego ao antigo.
B) A autora defende a adesão ao novo, pois afirma que o futuro será melhor que o passado.
C) A autora não apoia a adesão ao novo, pois garante que no futuro “seremos uns robôs cinzentos e sem graça”.
D) A
autora não se posiciona diante das inevitáveis mudanças.
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